sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Seguindo a rota das estrelas



O que dizia o poeta, hoje em dia é confirmado pelos físicos: somos feitos da mesma matéria que as estrelas. Os antigos astrólogos, contemplando o céu, também perceberam esta conexão, e assim surgiu a astrologia, o estudo da influência dos astros em nossas vidas.

Num mapa natal, podemos ler a posição das estrelas no céu, no momento do nosso nascimento. É como se aquele fosse o pedacinho do universo que nos retrata e ao qual estamos conectados, do nascimento até a morte, contendo ali, muitas informações sobre nosso caminho de vida, sobre os desafios e conquistas que, em espírito, nos propusemos a cumprir aqui na Terra.

Desta forma, é difícil falar em mapa astral, sem falar em reencarnação, karma, e outros conceitos espirituais, uma vez que o mapa refletiria a rota, o caminho que o espírito escolheu para trilhar na vida, os arquétipos que escolheu vivenciar.

Tudo isso a princípio pode parecer muito esotérico, determinista e sem embasamento científico, mas hoje em dia já existem cientistas como o Dr Amit Goswami, que validam a hipótese da transmigração e imortalidade da alma (A Física da Alma – a explicação científica para a reencarnação, a imortalidade e experiências de quase morte), algo que os místicos e os poetas já intuíam há séculos:

Escreveu Goethe:

A alma do homem é como água;
Vem do Céu
Ao Céu volta
E depois retorna à Terra,
Em eterna alternância.

(Em Song of the Spirits over the Waters, citado em Viney, 1993.)


No Bhagavad Gita, Krishna diz a Arjuna: "Tanto você como eu reencarnamos várias vezes antes. Eu me lembro, você, não".

Segundo Amit Goswami, “Enquanto o corpo físico, vivo, representa possibilidades que sempre precisam se manifestar como uma estrutura localizada, com início finito e término finito, a alma representa possibilidades, potencialidades, sem uma estrutura localizada na manifestação. Como potencialidade transcendental sem a fixação de manifestação local no tempo e no espaço, ela transmigra (ou seja, é experimentada não localmente) de uma encarnação, em uma localidade e algum momento, para outra, em um ponto distinto do tempo e do espaço”.

E, ao transmigrar, ou reencarnar, a alma carrega consigo traços de vivências, erros e aprendizados do “passado”, ou seja, de outro espaço-tempo. Desta forma, o mapa astral trata de nosso karma, de forças do “passado” que influenciam nosso presente e podem determinar nosso futuro. Eu disse podem, pois falamos de possibilidades e probabilidades.

Conhecermos nosso mapa astral serve justamente para isso. A partir do momento que tomamos consciência da ação de determinadas forças sobre nós, podemos fazer algo a respeito, transmutando, transformando criativamente estas forças e até nos libertando delas, se assim desejarmos (e trabalharmos internamente pra isso, é claro). É por isso que existe uma antiga frase, muito famosa entre os astrólogos que diz “Os sábios regem seus astros, os tolos são regidos por eles”. E outra: “Os astros inclinam, mas não determinam”.



Desta forma, a grande utilidade da astrologia não é fazer previsões e sim conscientizar a respeito das forças em ação para que possamos  lidar com elas consciente e criativamente, a fim de em algum momento, superarmos ou nos harmonizarmos com suas influências.

Ainda segundo Goswami, “quando a criatividade é voltada para o interior, podemos até sair da roda do carma. Se morremos conscientemente, no momento da morte podemos perceber a natureza ilusória de toda experiência; mesmo os temas, inclusive a criatividade, são ilusões criadas para que a consciência as represente. Essa percepção é o que as pessoas chamam de libertação. Depois disso, não nos identificamos mais com os temas; não há mais renascimento."

O mesmo podemos fazer em relação a influencia dos astros: a partir do momento que nos conscientizamos e deixamos de nos identificar com estas forças, podemos transcendê-las.

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