sábado, 28 de janeiro de 2012

Eu queria ser um cachorro amarelo


Eu queria ser um cachorro amarelo. Daqueles bem vira-latas. Assim, eu seria dona da rua, do mundo, dona de mim. Andaria abanando meu rabo pelas manhãs iluminadas, sentindo meus pelos maltratados refletirem a luz do sol, sem maiores preocupações.

Não conheceria os prazos, as cobranças, não teria hora marcada. Passearia pelas ruas farejando o mundo com meu focinho curioso, conhecendo diferentes tipos de cheiros, me maravilhando com as infinitas possibilidades de combinações olfativas que meu nariz com rinite nunca imaginou existirem. Com minhas quatro patas e meu andar rebolativo, sorriria para tudo e para todos, mesmo tendo uma ou duas pulgas atrás da orelha. Teria a confiança e a coragem dos que nada possuem, sabendo que o mundo me proveria.

Há quem diga que os cachorros não enxergam cores, mas os humanos podem ver tantos tons e matizes, e ainda assim, vivem vidas em preto e branco. Eu me deliciaria com minha audição aguçada, manteria minhas orelhas em pé e seguiria farejando cada canto da existência. Dizem também que os cachorros comem excrementos, mas a qualidade do que comemos muitas vezes não é muito melhor nem mais saudável que isso. E sendo um bom vira lata, pelo menos eu nunca precisaria comer ração.

Eu queria ter a espontaneidade, a leveza e a malícia dos cães sem dono, viver sabendo que niguém esperaria nada de mim, pois as pessoas não esperam nada de vira-latas amarelos. Na minha amarela viralatice eu andaria saltitante por aí, brincando com as crianças, correndo atrás das borboletas e dos passarinhos, dando umas mordidas quando necessário, sendo acariciada por muitos, mas sem ser propriedade de ninguém.

Se eu fosse um cachorro amarelo, teria o coração puro e um brilho doce no olhar. Conviveria bem com meus instintos, viveria no presente, não lamentaria o passado. Teria uma memória curta, por isso não conseguiria guardar mágoas ou rancores, amaria incondicionalmente.

Eu queria ter a alegria ensolarada dos cachorros amarelos. Amar sem expectativas, lambendo a mão de quem me alimentasse, num gesto de profunda gratidão. Tomar chuva e sacudir os pelos para me secar, espalhando meu cheiro de cachorro molhado, com a inocência de quem não se preocupa com a opinião alheia. Eu queria fazer xixi nos postes,  marcar meu território de esquina em esquina, tendo a certeza de que qualquer lugar no mundo poderia ser meu.

Eu queria ter a liberdade dos vira latas, dormir sob as estrelas, uivar para a lua cheia, correr com as orelhas ao vento, tomar banho no mar ou nos rios a qualquer hora do dia, qualquer dia da semana.

Ter a simpatia e a cara de pau dos cachorros amarelos, que não têm medo nem orgulho de pedir o que necessitam. Queria saber colocar o rabo no meio das pernas e abaixar as orelhas, num pedido de desculpa. Ou fazer cara de cão que caiu da mudança para ganhar um carinho.

 Ah, como eu queria ser um cachorro amarelo.





Obs: hoje eu fiquei com preguiça de falar  de astrologia, pois só conseguia pensar na uraniana liberdade dos cachorros amarelos....

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tempestade Solar



Chuvas, tempestades, radiações cósmicas. Partículas de luz que viajam pelo espaço nas asas dos ventos solares. Informação luminosa, eletromagnética corrente, energia fluente, antenas mentais, coloridas auras e auroras boreais....


As mais violentas erupções solares  desde 2005 estão sendo detectadas desde o início da semana e devem atingir seu limite máximo hoje. Preparem suas antenas!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Honorável Dragão


Hoje eu acordei com raiva de mim. E também das pessoas e do mundo de um modo geral. Estava indignada com a capacidade que temos de ser ignorantes e de sempre acabarmos estragando tudo. Numa tentativa de encontrar alguma ajuda, resolvi me dirigir ao Grande Dragão através desta mensagem:

- Honorável Dragão, já que é você que está no comando deste ano que se inicia, gostaria de trocar umas idéias contigo. Sei que você é um ser magnânimo, por isso espero que não se ofenda com esse meu jeito informal.

Muito se comenta a seu respeito, dizem que você é do mal, que destrói tudo por onde passa, que solta fogo pelas ventas e coisas assim, mas cá pra nós, se Deus não dá asas às cobras, mas resolveu dar pra você, ele devia saber o que estava fazendo. Eu particularmente, te acho um bicho bem interessante, e acredito que só ponha fogo em tudo quando acha realmente necessário. Aprendi com os chineses a respeitar o seu poder, sua sabedoria e muito admiro seu reinado sobre o clima e as águas.

Alado amigo das terras do Oriente, gostaria de fazer a você, que é réptil, mas sabe voar, a seguinte pergunta: Como fazer para domar nossos predatórios instintos reptilianos? Como dominar aquele ser dentro da gente, que insiste em rastejar, por mais que queiramos abrir as asas e voar? Como domar esse recanto da alma que não se cansa de olhar para o chão enquanto nosso espírito anseia pelo ar rarefeito das alturas? Como dominar o predador que insiste em competir, destruir, invejar, atacar, praguejar de maneira tão irracional?

Sei que esses instintos de réptil são herança dos nossos ancestrais e que devemos respeitá-los, dizem que eles estão ligados à luta pela sobrevivência e tudo mais, só que, na boa, véio Dragão, sem querer ofender, acho que ultimamente isso tem mais atrapalhado do que ajudado na nossa evolução enquanto espécie... Porque às vezes a gente tá ali, com as melhores intenções, querendo fazer tudo dar certo, mas então alguma coisa nos irrita, frustra ou desagrada e pronto: lá vem o réptil se agitando novamente, apenas preocupado em  se manter vivo. Aí o fígado exagera na produção de bile, a raiva sobe, tudo fica vermelho, a gente explode e em questão de segundos, estraga tudo o que vinha tentando construir. Atacamos quem não merece e muitas vezes também aqueles que amamos, vemos inimigos onde eles não existem, e mesmo sem soltar fogo pelas ventas como você, destruímos tudo ao nosso redor. Agimos de maneira estúpida, rígida, egoísta, só pensando em defender nosso território e nossos próprios interesses. E não adianta o mamífero tentar se manifestar, porque numa luta entre uma naja e um cãozinho amigo, nem precisa dizer quem é que sai perdendo, né?

Poxa vida, Grande Sáurio, será que ainda precisamos mesmo destes mecanismos tão arcaicos? Ódio, medo, raiva, controle, será que isso tem alguma utilidade? Veja bem, mais uma vez espero que não me leve à mal, não é que eu tenha alguma coisa contra seus parentes, mas é que vendo você, reinando de maneira tão digna, imagino que deva existir uma forma de lidar com estes instintos de forma menos destrutiva. Sei que o Amor tem um papel muito importante neste processo, mas é que às vezes o réptil ainda acaba dominando a situação. Se um dia você quiser me ensinar a melhor maneira de reinar sobre estes bichos, estarei ansiosa para aprender.

Tá, tudo bem, eu disse que ia fazer só uma pergunta e acabei fazendo várias, mas mais uma vez confio na grandiosidade da sua alma e em sua sabedoria oriental. Bom, por ora era isso o que eu tinha pra dizer. Melhor parar por aqui antes que acabe lhe incomodando com mais um monte de perguntas. Não sei se você vai poder me ajudar, mas se puder responder, fique a vontade para me procurar no momento em que achar necessário, ok? Vou indo nessa, e deixo meus melhores e mais sinceros votos de paz para este seu ano de reinado.

Tamanha foi minha surpresa quando, menos de meia hora depois, o Grande Sáurio se manifestou. Veio do Leste, cheio de beleza e dignidade, trazendo ao seu redor uma aura dourada de profundo Amor. Chegou fazendo uma humilde saudação e transmitiu sua mensagem em poucas palavras, no sintético estilo chinês:

- Salve honorável filha – disse, em sua infinita paciência de velho oriental – eu entendo a sua dor e a sua indignação. Lidar com esses seres realmente não é fácil, exige muita experiência. Não creio que possa ensiná-la, pois você, e toda a humanidade, precisam aprender certas coisas por si sós. Mas posso dizer que sim, o Amor é imprescindível neste processo. Por isso, acalme seu coração e me ouça. A Natureza, em sua incomensurável sabedoria, criou todos os animais para que convivessem em perfeita harmonia. Tudo que ela criou tem seu propósito, mesmo que nem sempre consigamos compreender. Não julgue nossos amigos répteis com seus pequenos valores de bem ou mal. Às vezes é preciso a violência e a rapidez do bote de uma cobra, para por fim a uma vida que já cumpriu sua jornada, e muitas vezes, é preciso ter sangue frio para encerrar uma situação que não mais poderia perdurar. A morte, a violência e a destruição também são forças da Natureza, e servem à Vida, por mais que às vezes isso pareça incompreensível. O ser humano traz dentro de si  a frieza do réptil, as emoções do mamífero e a racionalidade, que ainda está em desenvolvimento. O projeto divino é que, dentro de vocês,  todos estes dons convivam em harmonia, cumprindo seus propósitos, sem que um tente interferir no trabalho do outro. Medite no poder da Harmonia, esqueça seus julgamentos baseados na dualidade e confie em sua própria natureza.

E, com uma educada reverência, retirou-se.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Pinheirinho, a parábola e os trânsitos planetários



Lendo as matérias sobre a desocupação e reintegração de posse do terreno do Naji Nahas no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, fui olhar a configuração astral e lá estava: Saturno e Júpiter em oposição  fazendo quadraturas com o Sol e a Lua em Aquário, gerando uma energia de forte tensão, repressão e conflitos com “autoridades”. Marte em oposição a Urano em Áries, gerando uma energia de revolta, turbulência, violência,  propensão a tiroteios e incêndios. Mas o que mais me intrigou foi uma frase que não parava de martelar  minha cabeça: “Porque a todo o que tem  lhe será dado e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”

Para que não pensem que sou carola, crente, pastora ou coisa do gênero, já vou logo dizendo: não me considero católica ou de qualquer outra religião, apesar de ter sido batizada e até feito primeira comunhão na igreja. Isso não impede que eu goste e me interesse bastante pela figura de Jesus (e também pelos orixás da Umbanda, por Buda, pelos deuses do hinduísmo, enfim...). Sendo assim, não tenho o hábito de ler a Bíblia por isso não sabia a que se referia a tal frase, então fui pesquisar. Foi aí que me deparei com a parábola dos talentos, e relembrei a história que me havia sido contata nos longínquos tempos das aulas de catecismo (que, diga-se de passagem, eu detestava e só fiz mesmo para agradar meus avós, católicos fervorosos). A parábola é a seguinte:

“Um homem, tendo que viajar, reuniu seus servos e lhes confiou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu. Logo em seguida, o que recebeu cinco talentos negociou com eles; fê-los produzir, e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebeu dois, ganhou outros dois. Mas o que recebeu apenas um, foi cavar a terra e escondeu o dinheiro de seu senhor.
Muito tempo depois, o senhor daqueles servos voltou e pediu-lhes contas. O que recebeu cinco talentos, aproximou-se e apresentou mais outros cinco: “Senhor, disse-lhe, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei”. Disse-lhe seu senhor: “Muito bom, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor”. O que recebeu dois talentos, adiantou-se também e disse: “ Senhor, confiaste-me dois talentos, eis aqui os outros dois que lucrei”. Disse-lhe seu senhor: “Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor”.
Veio por fim o que recebeu só um talento: “Senhor, disse-lhe, sabia que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Por isso tive medo e fui esconder seu talento na terra. Eis aqui, toma o que te pertence”. Respondeu-lhe seu senhor: “Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei. Devias pois, levar meu dinheiro ao banco e, na minha volta, eu receberia com juros o que é meu. Pega este talento e dai-o a quem tem dez. Dar-se-á ao que tem e terá em abundância.mas ao que não tem, tirar-se-á mesmo aquilo que julga ter. E a esse servo inútil, jogai-o nas trevas exteriores, ali haverá choro e ranger de dentes”. (Evangelho de Mateus, cap. 04, vers. 2-20)

Na sequência, aproveitei o embalo para ler também a parábola do semeador, e qual não foi minha surpresa quando de novo me deparei com a mesma frase! A parábola é essa aqui:

“Naquele dia, Jesus saiu e sentou-se à beira do lago. Acercou-se dele porém uma tal multidão, que precisou entrar numa barca. Nela se assentou enquanto a multidão ficava á margem. E seus discursos foram uma série de parábolas.
Disse ele: “Um semeador saiu a semear. E semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo porque a terra era pouco profunda. Porém, logo que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e a sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um. Aquele que tem ouvidos, ouça”.
Os discípulos aproximaram-se dele então para dizer-lhe: “Por que lhes falas em parábolas?”. Respondeu Jesus: “Porque a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. Aos que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem será tirado até mesmo o que tem. Eis porque lhes falo em parábolas: para que vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam. Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: “Ouvireis com vossos ouvidos e não entenderei, olhareis com vossos olhos e não vereis, porque o coração deste povo se endureceu: taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda, para que não se convertam e eu os sare”. Mas quanto a vós bem aventurados os vossos olhos, porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem! Eu vos declaro em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não o viram, ouvir o que ouvis, e não ouviram.
Ouvi, pois, o sentido da parábola do semeador: quando um homem ouve a palavra do Reino e não a entende, o maligno vem e arranca o que foi semeado no seu coração. Este é aquele que recebeu a semente à beira do caminho, mas o pássaro a comeu. O solo pedregoso em que ela caiu é aquele que acolhe com alegria a palavra ouvida, mas não tem raízes, é inconstante: sobrevindo uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, logo encontra uma ocasião de queda. O terreno que recebeu a semente entre os espinhos representa aquele que ouviu bem a palavra, mas nele os cuidados do mundo e a sedução das riquezas a sufocam e a tornam infrutífera.  A terra boa semeada é aquele que ouve a aplavra e a compreende,  e produz fruto: cem por um, sessenta por um, trinta por um”. (Evangelho de Mateus, cap.13, vers. 1-23)


Ao final da leitura, eu estava arrepiada dos pés à cabeça. E pensar que eu achava que a tal frase e também a frase do choro e ranger de dentes estavam no Apocalipse de João, tamanho o terror que sempre me causaram.  Li e reli as benditas parábolas, pensando: se o cara era mesmo o Deus encarnado que todos dizem, ele não haveria de ser assim tão cruel, achando bonito castigar o servo ignorante e tomando o pouco que o sujeito ainda tinha, então, deixe-me tentar abrir meus olhos para ver...

Cismada com o fato de tais palavras terem surgido de repente, dos porões do meu inconsciente, numa associação imediata ao episódio ocorrido em São José (veja bem, não era esse o nome do pai da cara aqui na Terra?), pensei: “Virgem Maria, isso deve estar querendo me dizer alguma coisa”, e comecei a matutar. Parece que é exatamente isso o que está acontecendo com a humanidade neste momento, não? Os que tem muito (banqueiros, "governantes" governados pelos banqueiros, Naji Nahas, grandes corporações e afins) estão ganhando cada vez mais, enquanto dos que não tem, o pouco que lhes resta está sendo retirado  (moradores do Pinheirinho, famintos da África, etc). Seria o tal Deus assim tão cruel? Bom, dizem as escrituras que não, e que ele até mandou o filho dele pra nos ensinar, mas o raio do cara só falava por parábolas e faz dois mil e doze anos que nós estamos tentando entender o que ele disse.

Mas peraí, na parábola dos talentos tá dizendo que o cara perdeu tudo que tinha porque não cuidou, não trabalhou, foi preguiçoso, mas os caras do Pinheirinho e os africanos não fazem outra coisa senão trabalhar.... tem alguma coisa que não bate nessa história. Ou o tal do Jesus tava tirando onda com a nossa cara? Bom, acho que não, né, vamos dar mais uma chance pro rapaz. O problema dos caras do Pinheirinho é que por mais que eles trabalhem, não terão como fazer os seus “talentos” renderem. Afinal de contas, assim funciona o sistema capitalista: muitos ralam para que poucos ganhem. Na parábola, Jesus, que já naquela época estava espertinho e sabia bem como as coisas funcionavam, mostra o senhor falando pro cara: seu burro, só quem sabe fazer o dinheiro render são os banqueiros, se você tivesse dado o dinheiro na mão dos caras, eles tinham multiplicado e te devolvido com juros. Tá, ele esqueceu de falar mais umas outras coisinhas:  que os banqueiros ia usar o dinheiro, fazer mais um monte de grana a partir dele, e devolver os juros falando que fizeram a grana render horrores sendo que quem ficou com os verdadeiros lucros foram eles mesmos, mas vá lá, afinal de contas,  na outra parábola ele também diz que não adianta mesmo falar certas coisas pra quem não quer ouvir. Fala também que o único jeito de entrar no reino dos céus é tendo conhecimento, ou seja, sabendo como as coisas realmente funcionam. Não me lembro dele ter falado sobre certo ou errado, disse que é assim que funciona e pronto. Ou a gente fica esperto, entende o jogo e começa a jogar, ou vai acabar sem nada.

Porque como bem disse o profeta, nossos olhos foram fechados para que não víssemos, nossos ouvidos fechados para que não ouvíssemos, e nossos corações endurecidos, para que a gente não se cure, não se preocupe em melhorar e nem em ajudar os outros a melhorarem também.

No caso da atual situação da humanidade, acho que  a parábola não fala só de dinheiro, prosperidade e produtividade, embora seja em volta disso que gire nosso mundo, mas sim dos nossos verdadeiros “talentos” espirituais, que estão na nossa capacidade de pensar,  de adquirir consciência e conhecimento e de amar. Estes sim podem se multiplicar, independente da vontade ou da existência dos banqueiros. Porque só através do amor, da consciência e do verdadeiro conhecimento, que há tempos está sendo semeado para aqueles que querem ouvir, poderemos nos libertar deste inferno e adentrar o “reino dos céus”.

Tá, mas e o povo do Pinheirinho, e os africanos? Destes e de outros, foi tirado também o direito ao conhecimento. Pois é, e é por nós e por eles, que devemos  fazer frutificar nossos talentos-consciências, para que não sejamos servos maus, inúteis e negligentes, pois as trevas, o choro e o ranger de dentes sempre estiveram aí, e parecem estarem aumentando a cada dia. É por eles e por nós, que valeria a pena desligar um pouco nossas televisões, abrir nossos corações endurecidos e prestar mais atenção para saber o que de fato está de fato acontecendo ao nosso redor, ao invés de apenas nos perdermos nas ilusões, riquezas e fascinações do mundo. A nós, que como os apóstolos, temos um pouco mais de condições de obter conhecimento e consciência, cabe a tarefa de abrir os olhos para ver e os ouvidos para ouvir, e fazer alguma coisa para mudar tudo isso, pois os de fora, a quem, tudo está sendo ensinado por parábolas, a quem estão sendo contadas historinhas infantis, e que vendo não percebem, ouvindo não entendem, talvez por ora não tenham muitas escolhas ou estejam impossibilitados de lutar. Nós temos a obrigação de fazer frutificar nossos talentos-consciências, de acordar e abrir os olhos, deixando para trás a ilusão de que nada disso é problema nosso, pois somos todos um, e mais cedo ou mais tarde a merda cairá sobre  nossas cabeças.

Óbvio que essas parábolas são muito mais profundas e contém muito mais conhecimentos do que só isso que estou escrevendo aqui, afinal de contas, eu não tenho a sabedoria dos apóstolos. Mas muito me impressionaram as palavras do profeta Isaías, pois me pareceram incrivelmente atuais: “taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda, para que não se convertam e eu os sare”. Não seria isso o que faz a mídia, o que fazem as propagandas, a televisão ou certas religiões? Quantos absurdos estão acontecendo aqui, bem na nossa cara, mas nós não conseguimos ver (por estarmos hipnotizados pelo BBB, pela novela ou por outras idiotices da TV) ou não queremos ver (porque o coração endureceu)?

E para quem não se interessa pela Bíblia, parábolas ou Jesus, os trânsitos planetários também estão aí para nos alertar. Plutão em Capricórnio vem nos mostrar a necessidade de uma melhor  administração e distribuição dos recursos do planeta, Urano em Áries vem incitar nossa rebeldia para que possamos lutar por independência e autonomia, Netuno em Peixes vem abrir nossos corações para que tenhamos compaixão, uma maior espiritualização e a compreensão de que tudo está interligado e que somos todos parte de uma única humanidade. Júpiter em Touro vem despertar a consciência da abundância e a percepção de que todos tem o direito de viver com dignidade , Saturno em Libra nos fala sobre a necessidade do equilíbrio e a justiça nas relações. Logo mais Júpiter em Gêmeos virá mostrar a importância do livre trânsito das informações e do acesso ao conhecimento. E para fechar o ano, chegará Saturno, o disciplinador,  aquele que vem com a foice colher o joio e o trigo plantados, iniciando um trânsito por Escorpião,  filho de Shiva , o destruidor das ilusões, e então só Deus sabe o que poderá nos acontecer.

A forma como todo esse aprendizado se dará só vai depender da gente. Se decidirmos acordar, receber a semente, semear, multiplicar os talentos,  fazer a nossa parte, pode ser que colhamos beleza e abundância no final. Mas, como neste planeta geralmente se aprende mais na base da dor do que na base do amor, é bom estarmos preparados para as trevas, o choro e o ranger de dentes.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Anonymous. Unidos como um, dividido por zero ou... Plutão em Capricórnio, Urano em Áries



Dezenove de janeiro de 2012. Hackers do grupo Anonymous derrubam os sites do departamento de Justiça dos Estados Unidos e da Universal Music em represália a ação do FBI que tirou do ar o site Megaupload. A polícia dos Estados Unidos alegando que o site  "provia a distribuição em massa de conteúdos protegidos por direitos autorais",  tirou do ar o Megauload e prendeu seu criador, ignorando a alegação deste em defesa própria, de que a maior parte do conteúdo veiculada é legal e ignorando também a proposta do site de fazer um acordo com a indústria de entretenimento.

Esta ação do FBI ocorre ao mesmo tempo em que o governo americano está prestes a aprovar a SOPA (Stop Online Piracy Act), lei que dará enorme poder ao Estado para controlar os conteúdos veiculados na internet da forma que bem entender, com a  desculpa de "combater a pirataria".

 Ao mesmo tempo em que isso acontecia, aqui no Brasil, nas redes sociais e na grande imprensa pouco se comentava sobre o assunto, já que a maioria das pessoas estava mais interessada em saber notícias sobre o Big Brother (programa da rede Globo de televisão) ou sobre uma tal de Luiza que estava voltando do Canada.

O ano mal começou e podemos ver os aspectos planetários em ação. Algo me diz que muito ainda está por vir...

Para que cada um tire suas próprias conclusões, eis uns resumo da dança dos planetas, ensaiada para 2012:


Plutão em Capricórnio em quadratura a Urano em Áries: revolução. Força revolucionária (Urano) se levantando em guerra (Áries) contra autoridades (Capricórnio) que abusam do poder (Plutão).
Quadratura é igual a conflito. Urano é igual a tecnologia. Plutão é igual a poder e no negativo, poder corrupto.

Netuno em Peixes: Compaixão. Compaixão pelos que sofrem, pelos que têm menos, pelos oprimidos, pelos que não podem mais lutar.
No negativo: alienação, fuga da realidade (acho que não precisa explicar mais, né?)


Júpiter em Gêmeos: Expansão do conhecimento através dos meios de comunicação. Júpiter é expansão e é também conhecimento. Gêmeos é conhecimento e comunicação.

Júpiter em Gêmeos e Netuno em Peixes. Divulgação de conhecimentos e informações e Expansão da consciência. Divulgação de conhecimentos e informações para a expansão da consciência.

Saturno em Escorpião: Repressão (Saturno) daquilo que emerge das profundezas, daquilo que acessa verdades ocultas.  Repressão dos conhecimentos ocultos que trazem poder e revelam verdades (Escorpião)....Saturno e Escorpião também estão muito ligados à economia, finanças, crises financeiras.




sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Idéias aquarianas - 2012, Tempo de Mudança


       Há tempos queria assistir esse filme, mas não conseguia encontrá-lo. Provavelmente sempre esteve disponível na internet, mas como sou meio lesada tecnologicamente falando, não achei. E, seguindo os ensinamentos de Saturno, de que tudo tem um tempo certo para acontecer, hoje, sem esperar, recebi por email, assisti e fiquei muito feliz em ver que minhas idéias e previsões para 2012 e a nova era estão de acordo com as destas pessoas. Dá uma sensação de pelo menos, "estar seguindo na direção certa". As idéias seguem o ideal aquariano de utilização da tecnologia para a construção de um futuro de justiça, igualdade, sustentabilidade, fraternidade...Há também interessantes referências sobre a  necessidade da expansão da consciência, tema bem apropriado a entrada de Netuno em Peixes, agora em fevereiro.

         Compartilho aqui, para quem mais se interessar: