quinta-feira, 27 de setembro de 2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Marte ataca!
Hoje eu já saí
da cama irritada. Odeio acordar cedo e tive que levantar às seis, paciente marcada para
as oito. De cara já fui grossa com a minha mãe e discuti com o porteiro. Atrasada,
peguei um taxi e o motorista esquentadinho brigou com um motoboy. O carro da
faixa do lado bateu na traseira do outro e quebrou uma lanterna.
Cheguei no
consultório na hora, mas a paciente não. Meia hora depois, mandou uma mensagem avisando
que não viria. A essa altura eu já estava querendo estrangular a primeira
pessoa que aparecesse na minha frente. Para ajudar, saí de casa usando bota,
meia e blusa de lã...Sim, de manhã estava frio! O problema é que logo saiu um
sol escaldante e eu comecei a derreter. Ao meio dia estava irritada, suada e vermelha feito um
pimentão. De calor e de raiva!
Com medo de explodir ou causar uma tragédia a qualquer momento,
resolvi consultar os astros. Aí comecei a entender a situação. Lá estava ele:
Marte, resplandecente em Escorpião, seu
domicílio e meu signo. O diabo estava fazendo uma conjunção com Sol, Mercúrio e Urano no meu mapa, além de uma oposição à minha
Lua em Áries, o outro signo que ele comanda.
Para colocar a
cerejinha que faltava em cima do bolo, desde
a semana passada comecei a tomar um floral fortíssimo do Joel Aleixo, chamado
Vitriol. Quis aproveitar o trânsito de Marte por Escorpião e tomar o floral de
Marte em Escorpião (gênia!), para “potencializar as energias” e trabalhar um aspecto
que tenho no meu mapa, que entre outras coisas, significa “alta agressividade”.
Conclusão: bem feito pra mim, que me
transformei num demônio da tasmânia, espumante, vermelho e raivoso!
É que com
Marte não se brinca, afinal de contas, ele é o planeta que representa a nossa
força, agressividade, energia instintiva. É Ogum que com sua espada abre
caminhos, é o Deus da Guerra, que não tem medo das batalhas sangrentas, Hércules
chacinando a família enlouquecido pela ira. Acho que de certa forma, subestimei
este poder e venho aqui pedir desculpas
em público, com a intenção de apaziguá-lo e de com ele me harmonizar.
Marte, no meu
mapa, está aflito pela quadratura de um Saturno
cobrador, que reprime todas as suas ações. E quando há um excesso de
julgamento, de repressão, de “não pode”,
“não deve”, “não deixo”, a gente vai deixando pra lá, ficando tímida, se
escondendo do mundo. Fica covarde, sente medo, deixa de agir. O problema é que,
por maior que seja a repressão ou a negação, Marte jamais se submete. Na
verdade ele se ressente, e se manifesta na forma de fúria, de ira, de violência
e destruição.
Quem tem essa
força redobrada, como é o caso das pessoas que tem Marte em Áries, em Escorpião,
na casa um ou na oitava casa do mapa astral, muitas vezes começa a ser
reprimido logo cedo. “Fica quieto, moleque!”. “O doutor achou melhor dar
ritalina pra ela, disse que é hiperatividade”.
“Olha, meu bem, se você bater no coleguinha de novo papai do céu vai te castigar!”. Desde pequeno vai aprendendo
que raiva ou energia demais são coisas perigosas, que Deus não gosta e que é melhor
se aquietar. Torna-se aquela pessoa submissa, calada, apática, anêmica, sem
energia, sem pró-atividade. Aquele funcionário que sempre obedece, o marido resignado
ou a esposa que apanha sem reclamar. Até que de repente, sem que ninguém entenda o motivo, num “Dia de
Fúria”, quebra tudo ao seu redor.
O
autoconhecimento me ensinou a ter medo
de gente muito boazinha, quietinha, obediente. Sei que de algum lugar do
inconsciente Marte espreita, pronto para atacar!
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