De acordo com o calendário maia, hoje se inicia um novo ciclo. Dia 24 de julho encerrou-se
o ano do Mago Rítmico Branco. Ontem, dia 25 de julho, foi o que eles chamam de
Dia Fora do Tempo, dia que fica entre o encerramento e o início de um novo ciclo
galáctico de 364 dias. Por estar “fora” do calendário, este Dia
Fora do Tempo é considerado importante para a meditação, harmonização, para o
contato com o Espírito e com o Centro da Galáxia. É um dia dedicado à paz, a
evolução espiritual e ao perdão.
Hoje,
dia 26 de julho, inicia-se o ano da Tormenta Ressonante Azul. A Tormenta, ou Cauac, simboliza
um tempo de purificação. A ela se associam a água e o fogo, a chuva, o raio e o
barulho do trovão. Fogo e água que queimam, limpam e purificam, transmutando o
negativo, o ilusório, para que permaneça apenas o que é puro e essencial. O
planeta associado a Cauac é Plutão, o
grande destruidor, aquele que transmuta, o portador do Fogo de Shiva.
Curiosamente,
mas creio que não coincidentemente, hoje também é dia de Nanã Burukê, a Grande Avó, Orixá que simboliza a vida e a
morte, o renascimento, o esquecimento das lembranças e dos sofrimentos das
vidas passadas e a passagem para uma nova vida, a sabedoria. Nanã está associada ao barro, à mistura da terra
que nos recebe na morte e das águas que
nos trazem à vida. Ela é o princípio e o
fim e por isso também a eternidade. Ela detém os grandes segredos dos reinos
desconhecidos, os mistérios da vida e da
morte, a história e a sabedoria dos ancestrais.
Seguindo
com as sincronicidades, de acordo com a nossa astrologia ocidental, hoje a Lua entra
em Escorpião, signo de água que como Nanã, também representa os mistérios da
vida e da morte, e que é regido por Plutão, o mesmo planeta associado a Cauac. Mais
um detalhe interessante: no final de outubro, o planeta Saturno entra em
Escorpião, onde ficará pelos próximos dois anos e meio, trazendo novas
transformações e reestruturações.
Para
completar, no calendário Maia, estamos na Lua Magnética do Morcego, e na Onda
Encantada do caminhante do Céu. O morcego, animal também
associado aos mistérios da noite, nos incita a não “voar cegamente por aí”. O morcego nos lembra que entre a vida e a
morte, temos um propósito, uma direção,
metas e objetivos a cumprir, que não estamos aqui à toa. O Caminhante do Céu
nos fala sobre a vigilância, sobre estarmos atentos às oportunidades que surgem
para nos ajudar a realizar nosso propósito e também das armadilhas e obstáculos
que podemos encontrar pelo caminho. Estar vigilante é estar atento, conectado à
intuição e à razão. É questionar tudo, e nunca perder de vista o objetivo da
caminhada.
Com
todas essas energias pairando no ar, o que podemos esperar deste ano que se
inicia? Mudanças, muitas mudanças! O momento é de purificação para que possamos
nos lembrar quem realmente somos e o que viemos fazer aqui. Hora de acordar, de
começarmos a enxergar em meio às trevas e ilusões, hora de morrer e renascer
para uma nova vida, mais consciente e iluminada. Hora de construir um mundo
melhor, mais justo, de vivermos mais conectados às forças superiores. O Ano da
Tormenta Azul tem um tom Ressonante. No Calendário Maia, este tom está
associado ao número sete, que simboliza a união do yin e do yang, a androginia,
a união do espiritual e do terreno, o espelho entre os dois mundos, a
constatação de que “o que está em cima é como o que está embaixo”, de que é “assim
na Terra como no Céu”. Talvez tenha chegado o momento de tomarmos consciência
de nossa natureza espiritual e eterna, e ao mesmo tempo, da fragilidade da
vida. Plutão e a Tormenta levam embora tudo o que não é verdadeiro e essencial,
assim como o contato com a dor, a morte, as crises e as tormentas interiores
nos fazem colocar todas as coisas em perspectiva.
Cauac
nos pede paciência, compreensão, profundidade, aceitação e também muita
humildade. Cauac traz o aprendizado através da dor e das perdas definitivas,
mas também a sabedoria, o amadurecimento, o renascimento a partir das
próprias cinzas e o profundo conhecimento do que é eterno, verdadeiro,
essencial. A Tormenta traz consigo o choro, mas também as águas que curam e
purificam, e ao final do processo, promete o brilho eterno e reconfortante do
Sol, enquanto Nanã promete nos embalar em seu colo de avó, trazendo alívio para
nossas dores e a promessa de uma nova vida.
Saluba!
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