quinta-feira, 26 de julho de 2012

O que nos promete o Ano da Tormenta?




      De acordo com o calendário maia, hoje se inicia um novo ciclo. Dia 24 de julho encerrou-se o ano do Mago Rítmico Branco. Ontem, dia 25 de julho, foi o que eles chamam de Dia Fora do Tempo, dia que fica entre o encerramento e o início de um novo ciclo galáctico de 364 dias. Por estar “fora” do calendário,  este Dia Fora do Tempo é considerado importante para a meditação, harmonização, para o contato com o Espírito e com o Centro da Galáxia. É um dia dedicado à paz, a evolução espiritual e ao perdão.

                Hoje, dia 26 de julho, inicia-se o ano da Tormenta  Ressonante Azul. A Tormenta, ou Cauac, simboliza um tempo de purificação. A ela se associam a água e o fogo, a chuva, o raio e o barulho do trovão. Fogo e água que queimam, limpam e purificam, transmutando o negativo, o ilusório, para que permaneça apenas o que é puro e essencial. O planeta associado a Cauac é Plutão,  o grande destruidor, aquele que transmuta, o portador do Fogo de Shiva.

                Curiosamente, mas creio que não coincidentemente, hoje também é dia de Nanã Burukê,  a Grande Avó, Orixá que simboliza a vida e a morte, o renascimento, o esquecimento das lembranças e dos sofrimentos das vidas passadas e a passagem para uma nova vida, a sabedoria. Nanã  está associada ao barro, à mistura da terra que nos recebe na morte e das águas  que nos trazem à vida.  Ela é o princípio e o fim e por isso também a eternidade. Ela detém os grandes segredos dos reinos desconhecidos,  os mistérios da vida e da morte, a história e a sabedoria dos ancestrais.

                Seguindo com as sincronicidades, de acordo com a nossa astrologia ocidental, hoje a Lua entra em Escorpião, signo de água que como Nanã, também representa os mistérios da vida e da morte, e que é regido por Plutão, o mesmo planeta associado a Cauac. Mais um detalhe interessante: no final de outubro, o planeta Saturno entra em Escorpião, onde ficará pelos próximos dois anos e meio, trazendo novas transformações e reestruturações.

                Para completar, no calendário Maia, estamos na Lua Magnética do Morcego, e na Onda Encantada do caminhante do Céu. O morcego,  animal  também associado aos mistérios da noite, nos incita a não “voar cegamente por aí”.  O morcego nos lembra que entre a vida e a morte,  temos um propósito, uma direção, metas e objetivos a cumprir, que não estamos aqui à toa. O Caminhante do Céu nos fala sobre a vigilância, sobre estarmos atentos às oportunidades que surgem para nos ajudar a realizar nosso propósito e também das armadilhas e obstáculos que podemos encontrar pelo caminho. Estar vigilante é estar atento, conectado à intuição e à razão. É questionar tudo, e nunca perder de vista o objetivo da caminhada.

                Com todas essas energias pairando no ar, o que podemos esperar deste ano que se inicia? Mudanças, muitas mudanças! O momento é de purificação para que possamos nos lembrar quem realmente somos e o que viemos fazer aqui. Hora de acordar, de começarmos a enxergar em meio às trevas e ilusões, hora de morrer e renascer para uma nova vida, mais consciente e iluminada. Hora de construir um mundo melhor, mais justo, de vivermos mais conectados às forças superiores. O Ano da Tormenta Azul tem um tom Ressonante. No Calendário Maia, este tom está associado ao número sete, que simboliza a união do yin e do yang, a androginia, a união do espiritual e do terreno, o espelho entre os dois mundos, a constatação de que “o que está em cima é como o que está embaixo”, de que é “assim na Terra como no Céu”. Talvez tenha chegado o momento de tomarmos consciência de nossa natureza espiritual e eterna, e ao mesmo tempo, da fragilidade da vida. Plutão e a Tormenta levam embora tudo o que não é verdadeiro e essencial, assim como o contato com a dor, a morte, as crises e as tormentas interiores nos fazem colocar todas as coisas em perspectiva.

                Cauac nos pede paciência, compreensão, profundidade, aceitação e também muita humildade. Cauac traz o aprendizado através da dor e das perdas definitivas, mas também a  sabedoria,  o amadurecimento, o renascimento a partir das próprias cinzas e o profundo conhecimento do que é eterno, verdadeiro, essencial. A Tormenta traz consigo o choro, mas também as águas que curam e purificam, e ao final do processo, promete o brilho eterno e reconfortante do Sol, enquanto Nanã promete nos embalar em seu colo de avó, trazendo alívio para nossas dores e a promessa de uma nova vida.

                Saluba!



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