terça-feira, 10 de abril de 2012

Raul: com os astros nas alturas



Neste feriado eu fui ao cinema ver o documentário sobre o Raul Seixas...

- “Nossa, mas Raul, Luciana? Que clichê!”.

De novo, só pra lembrar: clichê só é clichê para quem não consegue ver além do clichê. Eu adorei o filme, dei muitas risadas, me comovi, e até cantei com os adolescentes que estavam sentados ao meu lado (contra os quais, a princípio tive a maior resistência imaginando que fossem me irritar muito...).

Saí do cinema impressionada com a criatividade, a capacidade do cara de inovar, quebrar tudo, ir até o osso, beber até morrer, de não ter se vendido para o sistema até o fim. Fiquei pensando no desafio de passar a vida toda “controlando a maluquez misturada com a lucidez”. E, obviamente, comecei a fazer conexões astrológicas, pois não consigo me livrar deste vício, entre tantos outros...

O zodíaco tem 12 signos que comandam 12 casas. Todo mundo tem todos os signos e todas as casas. Algumas pessoas, porém, tem como desafio, ir além, ousar, criar, levar uma mensagem ao mundo. Algumas pessoas tem o desafio de Ser (assim mesmo, com S maiúsculo). E geralmente, essas pessoas carregam muitos planetas - a maioria deles -  nas casas que se localizam na região superior do mapa, regidas por Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes, ou possuem o Sol e o Ascendente nestes signos.

As casas que ficam na região inferior do mapa são as seguintes:  casa um, regida por Áries, que representa o corpo físico, a luta pela sobrevivência. Casa dois, de Touro, que fala do dinheiro que comanda o mundo e sem o qual não conseguimos sobreviver. Casa três, de Gêmeos, que fala sobre comunicação e nossa necessidade de trocarmos idéias, informações, nos expressarmos. Casa quatro, de Câncer, que fala sobre nossa mania de formar famílias e procriar.  Casa cinco, de Leão, que se refere aos filhos, conseqüência da família formada. Casa seis, de Virgem,  associada ao emprego que precisamos ter para ganhar dinheiro, garantir a sobrevivência e sustentar a família. E a casa sete, que fala da eterna busca por parcerias, através das sociedades, relacionamentos, casamentos.

Estas casas inferiores, normalmente, comandam a vida do cidadão comum, respeitado, que ganha quatro mil cruzeiros por mês e agradece ao Senhor por poder ir com a família todo domingo no zoológico dar pipoca aos macacos.

Mas é a partir da oitava casa, a de Escorpião, que rege o autoconhecimento e as grandes transformações que o sujeito começa a ficar chato e não achar mais nada engraçado. É aí que ele começa a se aprofundar e ver que a vida é mais que macaco, praia, tobogã, apartamento, carro e jornal. Na casa nove, de Sagitário, a pessoa entra em contato com idéias elevadas, altos ideais, vai para a Universidade, estuda filosofia. Na casa dez, de Capricórnio, percebe que também é responsável “pelo nosso belo quadro social” e se vê na obrigação de fazer algo para mudar as coisas. Na casa onze, em Aquário, ousa fazer diferente, ir além das cercas embandeiradas, abre ainda mais a mente, e até cogita a possibilidade da existência de discos voadores. E finalmente na casa doze, rompe com a idiotice do ego humano, transcende  os dez por cento da cabeça animal e une-se ao Eu Superior.

As pessoas que tem muitos planetas na parte superior do mapa têm a missão de trazer uma nova visão para a humanidade, de ir além, de mostrar que existem infinitas possibilidades além da vidinha limitada pelo sistema, da luta pela sobrevivência, família, filhos, casamento e emprego fixo. Estas pessoas, geralmente, possuem uma sensibilidade maior, uma percepção de longo alcance,  capacidades artísticas, capacidades de se conectarem com energias poderosas, arquétipos grandiosos, com tudo o que transcende o óbvio, o consciente, o visível, o conhecido. E esta não é uma missão fácil, já que para ser canal para este tipo de energia é preciso ter uma boa dose de lucidez, para não cair de vez na maluquez. Ou de maluquez pra não cair de vez na lucidez. É como andar no fio da navalha, e a tentação a romper de vez com a “realidade” e ficar de vez do “outro lado”,  na “loucura real”, que com certeza é muito mais interessante, é sempre muito grande.

Como não poderia deixar de ser, Raul tinha muuuitos planetas nas casas dez, onze e doze do mapa dele.  Marte e Vênus em Touro no meio do céu, dando a ele um mega carisma. Sol, Mercúrio, Saturno e a Cabeça do Dragão  em Câncer, na casa doze, ligada a Peixes, às artes, ao inconsciente, ao alcoolismo, à espiritualidade e à “loucura”, conferindo simpatia e  maluquice beleza. Urano em Gêmeos na casa onze, de Aquário, trazendo a inovação e a rebeldia na forma de se comunicar. Isso sem falar no poderoso Plutão conjunto ao ascendente Leão e na Lua em Aquário - signo que por si só já é a cara da Sociedade Alternativa - ,  na casa sete, aumentando ainda mais sua popularidade e capacidade de levar às massas mensagens complexas e idéias elevadas, numa linguagem simples e de apelo popular.

Belo exemplo do que é viver sem hipocrisias, conectado com o Espírito, aprendendo a ser louco, sem medo de quebrar regras e ultrapassar convenções. Nunca fui grande fã de Raul nem de ninguém, pois abomino tietagens, mas nesse caso, faço coro aos adolescentes: “Toca Raul!”.






2 comentários:

  1. Toca Raul! Difícil formar nossa própria sociedade alternativa, né? Beijo e parabéns!

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  2. "A sociedade alternativa está dentro de você". bjs e obrigada!

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